O Patriarca do Zen - Bodhidarma 1

Instrutor: JUNIOR KNOT
Redes Social: @B J J PARIPE


O Patriarca Bodhidarma.

O  Primeiro Patriarca das Artes Marciais

Diz a lenda que, ao chegar no templo Shaolin, Bodhidarma deparou-se com a precária condição de saúde dos monges, fruto de sua inatividade. Foi então que ele teria iniciado os monges na prática de uma série de exercícios físicos baseados tanto na arte marcial indiana do kalaripayattu ao mesmo tempo em que lhes transmitia os fundamentos da filosofia zen, com o objetivo de reabilitá-los tanto física quanto espiritualmente.

Contribuições do patriarca: (Chi Kung) / (Nutrição) / (Zen - Chan) / (Artes Marciais)


Ensinamentos de Bodhidarma.

versão em audio do texto abaixo OSS!! 

 

 "Muitas estradas levam ao caminho, mas basicamente há apenas duas: prática e razão. " - Bodhidarma

Entrar pela razão significa perceber a essência através de ensinamentos e acreditar que todos seres vivos compartilham a mesma natureza verdadeira, a qual é dissimulada pela sensação e ilusão. Aqueles que saem da ilusão para a realidade, os que meditam defronte à parede a ausência de dualismo,
a unidade de mortalidade e sabedoria, e que permanecem impassíveis mesmo perante as escrituras estão em concordância completa e óbvia com a razão. Sem se moverem, sem esforços, eles entram, dizemos, pela razão.

Entrar pela prática refere-se as quatro práticas levadas em consideração:


(1) Sofrer injustiça,
(2) Adaptar-se às condições,
(3) Nada buscar 
(4) Praticar o Dharma.

(1)Primeiramente Sofrer injustiça.

Quando aqueles que buscam o caminho encontram adversidades deveriam pensar: “por incontáveis eras eu tenho dedicado-me ao trivial em detrimento do essencial e vagueado em todo tipo de existência, raivoso sem motivo e culpado de inúmeras transgressões. Agora, embora eu não cometa erros, sou punido pelo meu passado. Nem os deuses nem os homens podem antever quando uma má ação frutificará. Aceito isso de coração aberto e sem reclamação.” Dizem os sutras: “Quando você encontra adversidade não se exaspere, ela é justa”. Com tal entendimento você está em harmonia com a razão. E sofrendo injustiça você entra no caminho.

(2) Em segundo Adaptando-se às condições. 

Como mortais, somos regidos por condições e não por nós mesmos. Todo sofrimento e toda alegria que experimentamos depende de condições. Se devêssemos ser agraciados por algum grande prêmio, tal como fama ou fortuna, é o fruto da semente plantada por nós no passado. Quando mudam as condições, isso cessa. Por que me deliciar com esta existência? Mas, enquanto o sucesso e o insucesso dependem de condições, a mente não cresce nem diminui. Aqueles que permanecem impassíveis perante os ventos da alegria silenciosamente seguem o Caminho.

(3) Em terceiro, nada buscar.

As pessoas estão iludidas. Estão sempre ansiando por algo –sempre, por assim dizer, buscando. Mas os sábios despertam. Eles escolhem a razão em vez dos hábitos. Eles fixam suas mentes no sublime e deixam seus corpos mudarem com as estações. Todos os fenômenos são vazios. Eles nada contêm que valha desejar. A Calamidade alterna-se com a Prosperidade. Habitar nos três reinos é habitar numa casa em chamas. Ter um corpo é sofrer. Alguém com um corpo conhece a paz? Aqueles que compreendem isso desapegam-se de todas as coisas existentes e param de imaginar ou buscar algo. Os sutras dizem: “Buscar é sofrer. Nada buscar é encontrar a satisfação”. Quando você nada busca, você está no Caminho

(4) Em quarto prática o dharma

O Dharma é a afirmação de que todas as naturezas são puras. Através dessa verdade, todas aparências são vazias. Decadência e apego, sujeito e objeto não existem.
Os sutras dizem: “O Dharma não inclui seres, pois o Dharma está livre da impureza do eu.” Aqueles que são sábios o suficiente para acreditar e entender esta verdade estão ligados à prática de acordo com o Dharma. E uma vez que isso é real, incluindo que nada vale a pena invejar, eles dão seus corpos, vidas e propriedades em caridade, sem lamentar e sem a vaidade do doador, do presente ou do presenteado. E, para eliminar impurezas, eles ensinam, mas sem apegarem-se à forma. Assim, através de sua própria prática, eles são capazes de ajudar pessoas e glorificar o Caminho da Iluminação. E, assim como a caridade, eles também praticam as outras virtudes. Mas enquanto praticam as virtudes  para eliminar a ilusão, eles nada praticam. Isso é conhecido por “praticar o Dharma”.

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Zen 

É o nome japonês da tradição Ch'an, que surgiu na China por volta do século VII. O Zen costuma ser associado ao Budismo do ramo mahayana. Foi cultivado, inicialmente, na China onde recebeu influências taoistas e posteriormente migrou para o Japão, Vietnã e Coreia. A prática básica do zen japonês é o zazen (literalmente, "meditar sentado"), tipo de meditação contemplativa que visa a levar o praticante à "experiência direta da realidade" através da observação da própria mente.

Tal como o conhecemos hoje, ele só foi possível devido à forte influência que o Budismo na China sofreu do taoismo. Para alguns estudiosos, o zen é uma síntese dessas duas correntes de pensamento (Budismo e Taoísmo).

Os ensinamentos do Zen incluem várias fontes do pensamento Maaiana, sobretudo Iogachara, os sūtras Tathāgatagarbha, o Laṅkāvatāra Sūtra e a escola Huayan, com ênfase na natureza de Buda, na totalidade e no ideal Bodisatva. A literatura prajñāpāramitā, bem como o pensamento madhyamaka, também foram influentes na formação da natureza apofática e às vezes iconoclasta da retórica zen.

No Zen japonês, há duas vertentes principais: soto e rinzai. Enquanto a escola soto dá maior ênfase à meditação silenciosa, a escola rinzai faz amplo uso dos koans, ou "enigmas". Atualmente, o Zen é uma das escolas budistas mais conhecidas e de maior expansão no Ocidente. Popularizadores do Zen incluem Reginald Horace Blyth, D. T. Suzuki, Alan Watts e Philip Kapleau, que publicaram vários livros entre 1950 e 1975, contribuindo ao interesse crescente no Ocidente, bem como a publicidade por parte dos poetas beat.[16]

No Zen-budismo, um Koan é uma narrativa, um diálogo, uma questão ou uma afirmação que contém aspectos que são imediatamente inacessíveis à razão. O Koan tem como objetivo propiciar a Illuminação do aspirante a zen-budista. O Koan é um problema que o discípulo do Zen deverá resolver, mas cuja solução não poderá ser atingida apenas pelo pensamento intelectual. O Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa assim define um Koan: no Zen-budismo, o Koan é uma sentença ou pergunta de caráter enigmático e paradoxal, usado em práticas monacais de meditação com o objetivo de dissolver o raciocínio lógico e conceitual, conduzindo o praticante a uma súbita Illuminação intuitiva.

Os métodos mais usados no Zen com vista à Illuminação (Satori, em japonês) são o trabalho sobre a respiração, a postura e os Koans. O Zen-budismo japonês divide-se essencialmente em duas escolas: Soto e Rinzai. A primeira valorizou os dois primeiros métodos; já a segunda deu ênfase essencialmente ao método dos Koans. 
Enfim, os Koans mais famosos foram compilados por Mumon Ekai (1183 – 1260), da Escola Rinzai, sob o título de Wu-men kuan (Mumonkan) – a Porta sem porta (Mu, a barreira do Supremo Conhecimento). Eles são as portas para a verdade e para a libertação. Mas, não são portas já abertas, mas portas a abrir. Daí, que no próprio Mumonkan se possa ler:

O Grande Caminho não tem porta,
Milhares de estradas lá vão dar.
Aquele que atravessa esta Porta sem porta
Caminha livremente entre o céu e a Terra.
Aquele que tiver se libertado dos pensamentos ilusórios e realizado a unidade entre o interior e o exterior será como um mudo que teve um sonho, mas que não o pode comunicar aos outros. O céu ficará aturdido e a Terra tremerá.


ATTE KNOT

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